É, realmente é  muito engraçado! Comemorar o trabalho concluído é  muito fácil…

E o que temos a dizer de José Emídio (1891) a José  Chinelatto (1954), no ano em que edificamos a nossa emancipação? São 63 anos esquecidos no tempo, mas que deram as raízes para a construção de nossa cidade. Foram homens bravos, batalhadores, carroceiros, pedreiros, médicos, dentistas; mulheres altaneiras, de calças e aventais, picadoras de lenha, de botinas nos pés, amassadoras de barro, cozinheiras, canavieiras…

É  verdade. Todos eles ficaram lá atrás e ainda desfilam em minha memória.  Já se vão 131 anos construindo essa história de luta, garra e determinação. Cada um que por aqui passou, deixou um pouquinho de saudade e a doçura do seu trabalho, do seu olhar. Pelas ruas, ainda vejo o Zé do Cinema, o Jacintho do armazém, a dona Niza e o Zé  Calice,  o Lemão da padaria, o Seu Joaquim do bar da Praça, o João Avizu, o Nanin e a dona Rute, o Vicente Cosenza, o Santo Rossetti, o Ralfo da coletoria, a Dona Mariazinha Pacheco, o Tuniquinha do bar, o João Denardi, o Ramiro, a dona Maria Guerreiro, a Bastianinha, a dona Verônica e o Alcides da Cooperativa, o Toninho dos Santos, o Guarino da padaria, o Dito Fabrício, o Lolo (epa! Esse foi o prefeito que andava de bicicleta pela cidade), a Vilma Rozini, o Capim, a dona Ernesta, o João Pipoqueiro, o Lolo Pedroso, o Toni Pedroso do açougue, a dona Nica, o Sr.Enésio, a dona Henriqueta, o Michel alfaiate, o Tim do Nale, a dona Germana, a dona Ina benzedeira, o sr.João Ometto, o sr.Virgínio Ometto, a dra.Tupanema, a dona Zuleika da Caixa, o Padre Zezo, o tio João da holaria, o Totó Neves, a dona Lica, o Tubá, o Lazinho barbeiro, o Vilo, a Lurdes e a Zola Bahia, o sr.João Picolli e o Reinaldo da farmácia, o Seu João e o Marcão Dadona, o Sérgio do Palmiro, o Bráulio do Cartório, a Bia Pessatti, a dona Quininha, a dona Leontina, Tio Zé, dona Hedda e Denilson.

Epa! Deixe-me parar, que essa história vai longe e existem tantos outros cidadãos tão importantes quanto estes e que devem fazer parte da sua vida e terem passado por aqui.

Infelizmente, a história registra os fatos tão somente. “Ah! a memória do homem”. Bem, essa, na maioria das vezes é  curta e ingrata. Logo, apaga tudo…em sete dias. Cabe a cada um de nós guardar lá dentro do nosso coração um pontinho de gratidão por toda essa gente incrível, que bravamente batalhou duro nesse solo canavieiro de chão batido, poeira brava, fumaça e carvão. Eles puseram o arroz , o feijão, o pão em nossas mesas; eles nos benzedeira, oraram por nós, trouxeram alegria, fizeram o nosso sorvete de limão, foram nossos motoristas, administradores, diretores, prefeitos; fizeram e venderam nossas vestimentas, nos ensinaram a ler, fazer contas, quando éramos pequenos. E só  por isso estamos aqui.

Agora, o caro leitor deve estar se perguntando: “e os outros? Onde estão os outros?” Os outros devem estar presentes na vida de cada um de nós, bem lá  no fundo…descansando.

Em mim, também, vão e voltam em minha memória de menino do “Bate Pau”, afinal, foram eles que me viram crescer e fizeram parte de minha vida.

Parabéns a todos!

José Zanardo – Professor e Escritor

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