Por aqui, muita coisa mudou, desde a nossa emancipação em 1954. Saímos de um município essencialmente agrícola para um município que diversificou seu parque industrial. Aqui, se produz o doce açúcar, o álcool, o capacete, o carro, o móvel, o doce que consumimos, os perfilados, autopeças, as esquadrias, camisas, pesquisas agrícolas…
Nós últimos dez anos, recebemos mais de 30 empreendimentos para o abastecimento da cidade: do salão de beleza em alto estilo à loja de “fast food”; das academias de ginástica às lojas de suplementos; de bons restaurantes às lojas de perfumaria, presentes; da loja de conveniência à de produtos naturais; da loja de pneus e acessórios à loja de eletroeletrônicos; do novo banco às lojas de crédito; da escola de inglês à escola de línguas; do centro de cultura à escola de artes e dança; da antiga pensão ao hotel; do armazém de secos e molhados ao supermercado. Chegaram novos médicos, pedagogos, diversos profissionais liberais, novas escolas…
Mas, muito se tem a fazer. Coisas básicas que o iracemapolitano ainda não aprendeu a lição por conservar-se bairrista: aceitar o imigrante e seus problemas; dar boas-vindas ao progresso; conhecer outros chãos para poder comparar, não isolar-se do mundo; aceitar as diferenças num município em ascensão. Não somos mais 5 mil (como é nossa estação de tratamento de 60 anos atrás!) e estaremos logo aos 30 mil. O “novo” é fruto desta mudança e não um jogo de forças medíocres que ” astravancam o progressio”.
E como foi bem vida a mudança! Aceitar a mudança para não se isolar no tempo e no espaço e não se ter um município arcaico, atrasado no tempo…
E como é bom relembrar. Tanta gente boa, às vezes inocente, que nos divertiam com sua simplicidade, trabalho e bonança. O Valentim já não vende mais suas rifas e nem o Jaiminho passa pela cidade; o sardinheiro já se foi e o João da Quitandinha não passa mais aqui; o Zambuzzi não passa mais de carrinho e nem D.Ina benze mais; o fiscal de rua não rouba mais nossas bolas e nem a Leonilda da Padaria encontramos mais; o Capim desapareceu da praça junto com o João pipoqueiro; D.Luzia, seu Vicentinho não estão mais no açougue da praça; D.Jandira, D.Niza, Seu Zé e Vó Lica também não vemos mais; o Ramiro subiu para outro plano e fechou a quitanda; Seu Zé e D.Rosa não abriram mais o velho cinema e nos deixaram tristes; o Lemão do Bar, o Seu Joaquim e o Santini do banco também viajaram; Seu Guarino e d.Cidinha também partiram junto com o Gumercindo e a D.Landa da padaria S.José; D.Rosa e Serjão do Palmiro também devem estar com o Toninho, a D.Adelina e o Seu João da Farmácia; o Lolo, a Ermelinda da Avon, Seu Fabrício, o Dimas Ometto, Seu Antoninho, Seu João, D.Belinha, Seu Carlos Dentista, Seu Enésio, Seu Virgínio, Seu Santo Rossetti devem estar sorrindo, ouvindo os poemas do seu Oscar Secundino… e tanta gente boa, que nosso coração chora!
O tempo constrói a história, mas destrói os heróis. E quem não tem saudades da D.Germana, das “novidades” da d.Caetana, do Guito do bar, do Curadô todo político, do Dito Sagui, do Seu Michel, do Lico alfaiate, do Lazinho barbeiro, do Oscar e da d. Verônica da Cooperativa, do Seu Reinaldo e suas fórmulas, do seu Benedito do cemitério, do Albertinho Marrafon, do Gordo do ônibus?… e de tantos outros, que a memória do “menino” não se lembra e deixaram tantas saudades em nossos corações!
E quem se esqueceu da Dra.Tupanema toda chique, perfumada e elegante? E das fórmulas mágicas do seu Pelosi da Duque de Caxias? Figuras inesquecíveis!!
E quem não foi aluno do Seu Alfredo, da D.Hedda, do Milton, da Beatriz Pessatti, da Dalva do Coleguinha, da D.Yvonne, D.Henriqueta, da Sônia Bertanha, do Seu Zé Maria, do Seu Masson, da D.Maria Zanão, da Cida de Geografia? E quem não foi atendido pela Sônia Peccin e Maria Mundícia do Centro de Saúde? Que gente boa! Deixaram lições de vida em nossos corações, muitas saudades, rimos muito juntos…
E quem não tem saudades do Seu Nelson do Antônio Cândido e do amigo Pessatti? E do Seu Domingos Ducatti e do Seu Zé Chinelatto? Quanta gente nos deixou saudades, não é Vilo, Lurdinha?
Saudades… Tudo se vai, fica o trabalho, fica a memória, ficam os exemplos de vida, não é D.Ruth Chinelatto? Ela deve estar feliz ao lado do seu Nanim e da Tia Dolores, também acompanhada da doce d.Quininha e sua amiga d.Leontina com o trapinho nas mãos…
É, o tempo passou rápido demais…
E a nova Iracemápolis está despontando,
não mais tão verde, mas branca, prata, bem colorida. E assim deverá ser, com vontade de crescer com qualidade e respeito pelos seus filhos. Nossas vidas estão aqui e continuam essa história brilhante todo dia…todo dia. Nosso povo laborioso, religioso pede sim para se propagar no cenário nacional. Ele quer autonomia, trabalho, saúde, diversão, educação de qualidade…viver bem e nada mais!! Basta querer, a hora é agora, a vida está ali na frente…e quer pulsar forte!
Ah! terra querida! Como amamos você! Você nos viu crescer e por aqui aportaremos até o fim.
Felicidades, mãe protetora! Sempre jovem, colorida, linda em nossos corações!
Simplesmente, José Zanardo.
zanardo13@hotmail.com