Durante negociações salariais deste ano, a Usina Iracema (Grupo São Martinho), de Iracemápolis-SP, propôs deixar de pagar as horas “in itinere” (percurso) aos trabalhadores que se dirigem diretamente às frentes de trabalho. A posição ocorre diante da “Reforma Trabalhista”, que desobrigou o pagamento destas horas, mas em assembleia realizada nesta terça-feira (19), os trabalhadores se recusaram a abrir mão do direito adquirido depois de muitas lutas.

“Nossa convenção determina o pagamento, e não vamos ceder diante desta reforma, que retirou direitos dos trabalhadores. As usinas estão localizadas fora da malha urbana, e o transporte até os locais de trabalho consome um tempo significativo da vida dos empregados”, apontou o presidente do Stial, Artur Bueno Júnior.

A assembleia com os trabalhadores foi coordenada pelo Stial (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Limeira e Região), e pelo Sindicato dos Rodoviários de Limeira e Região. De forma unânime, os companheiros também se posicionaram contra um reajuste salarial de apenas 1,69%, proposto pela usina, mesmo percentual sugerido para o Cartão Alimentação.

“O cartão passaria de R$ 272 para R$ 276. É muito pouco”, continuou Júnior. As negociações continuam.

BANCO DE HORAS

Outra proposta do Grupo São Martinho foi um acordo com os sindicatos, para o estabelecimento de um Banco de Horas na Usina Iracema. A exemplo das duas tentativas anteriores, os trabalhadores também negaram esta.

O presidente do Stial destaca o caráter controverso da ferramenta, que na maioria das vezes beneficia muito mais a empresa. “A usina possui um expediente regular, e com planejamento de equipes é possível evitar o banco de horas. Ele é polêmico, e mexe muito com a rotina do trabalhador, às vezes prejudicando seu convívio familiar”, apontou o sindicalista.

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