Executivos de empresas alemãs no Brasil projetavam, já antes da greve dos caminhoneiros, um baixo crescimento da economia e uma melhora modesta em seus negócios neste ano, com a grande maioria destacando o potencial impacto negativo das eleições em suas atividades no país. Matéria publicada nesta semana pelo jornal Valor Econômico, mostra que a pesquisa realizada em abril pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil- Alemanha aponta que 92% das 160 companhias consultadas avaliam que o resultado eleitoral pode ter efeito adverso sobre os seus negócios, com 29% afirmando que investimentos só serão definidos após o desfecho do pleito deste ano. “Havia um certo otimismo em relação aos negócios, mas um otimismo bastante conservador”, diz, ao comentar a enquete, o presidente da Mercedes-Benz do Brasil e um dos vice-presidentes da Câmara, Philipp Schiemer.

Um pouco mais da metade das entrevistadas (52%) espera uma taxa de crescimento superior a 3% para a produção do segmento de suas empresas em 2018. É um número que se dá em cima de uma base bastante baixa, diz ele, referindo-se ao péssimo desempenho da economia brasileira nos últimos anos. “O Brasil precisa crescer acima de 3% ao ano para ter um desenvolvimento positivo para a população, para ter dinheiro suficiente para investir em infraestrutura e educação, por exemplo”, diz Schiemer. “Acredito que, se não fizer as reformas, o Brasil não vai ter a chance de crescer.”
O resultado das eleições, desse modo, terá peso decisivo nas decisões de investimento das empresas alemãs nos próximos anos. Nenhuma companhia deve deixar o país, mas o desfecho do pleito terá reflexos na ” velocidade e na intensidade de engajamento” das empresas da Alemanha no Brasil, resume Thomas Timm, vice-presidente-executivo da Câmara.

Segundo a pesquisa, 73% dos entrevistados se dizem muito insatisfeitos com o sistema tributário brasileiro. Não apenas a carga tributária é alta como o sistema é muito complexo, causando grandes dores de cabeça às empresas. Anders dá um exemplo, fazendo uma comparação com a Bosch da Espanha, que tem um volume de vendas semelhante à operação da empresa do Brasil. “Na Espanha, nós temos um especialista em tributação; aqui, temos 35, para manejar um sistema tão complexo”, afirma ele. Isso afeta a competitividade e a produtividade das companhias.

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